A neve precipitou-se para o cume daquela montanha sorrateira e suavemente. Quando olhei a paisagem já o branco se tinha apoderado das outras cores. Gelou! A vida que ali se sentia pairava no tempo, como quem, hirto e imóvel, vê os barcos passarem!
Eu olhava para aquele manto pesado, que num breve desvio do meu olhar e da minha atenção se tinha depositado, e na minha cabeça, ensurdecendo a minha mente, a minha voz não se calava. Farta de ouvir as mesmas lengalengas que desde há muito, já nem me lembro desde quando, conto a mim mesma, virei costas àquela vida estagnada e deixei que deste outro lado, para onde agora olhava, a vida fosse suficiente para apagar o que atrás de mim, hirto e imóvel, se levantava.
Suficiente nunca foi, pelo menos para quem me visitou! O que à minha frente se oferecia não chegava, era pouco.
E mentia a mim mesma, aquela voz que não se calava repetia que eu queria isso...pouco ou nada!
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
Olá Videl!
"Voltaste" ... e tão bem!
Adorei!
Bjs!
Catarina
Olá Catarina!
Já se sabe que a inspiração é matreira ;)
Mas é muito bom regressar com um comentário teu :)!!!
Ainda bem que gostaste!
bjinho*
Enviar um comentário