domingo, 7 de março de 2010
A leitura...
Quando enfrentamos o muro que nos confronta despedaçamo-nos, mas quando aquele muro azul se transforma em água... mergulhamos.
Será que se contam pelos dedos as vezes em que somos duas vontades convergentes? Não eu e tu...eu e eu!
Vejo esse muro gigante e quero trepá-lo, quero contorná-lo, quero atravessá-lo num sprint demorado...já não sei!
Quero que a cal se dissolva e me deixe ver o que me espera do outro lado.
Quão mais fácil seria escolher...
Às escuras não consigo ver e esta ignorância não me deixa optar! Porque é que a vida constrói estes muros a cada passo que queremos dar?
Acabo por me encostar à parede e deixo-me deslizar até ficar sentada no chão! Tanto me aborrece como me conforta esta situação! Baixar os braços por instantes, perder as forças e suspirar sempre me fez sentir estranhamente aconchegada!
Ao meu lado, na parede, vejo coisas escritas à mão. A letra não é estranha e a parede revela-se preenchida por esta escrita conhecida!
Frases e frases de uma espera arrastada acendem na minha memória recordações deste lugar.
Percebo, então, que já ali estive e que o muro é sempre o mesmo...e é meu!
Afinal não é o desafio que traz o muro...quem o leva sou eu!
Então afasto-me, arrastando-me ainda sentada, e arranjo uma posição confortável na relva.
Depois de escolher o ponto de partida, vou lendo frase a frase tudo o que até ali já escrevi.
Se não consigo mergulhar neste muro azul...mergulho dentro de mim!
Beijo*
imagem retirada de www.smh.com.au
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