...escorria a chuva daquele dia de Inverno. A par e passo com as suas lágrimas,desfocava a paisagem. Não sendo a paisagem o que ele via naquele momento, o cenário esbatido calhava bem.
A nostalgia passava-lhe imagens passadas como um grande projector...fotografias e películas de momentos arquivados...ou talvez não!
Segurava a chávena de chá fria sentado na cadeira de baloiço; já estava naquele cliché há algumas horas.
Quando acordou de manhã soube que o dia seria assim. Faltaram-lhe as forças para sair da cama e rendeu-se a mais algumas horas de sono forçado. Já não luta contra a maré! Arrastou-se da cama já a meio do dia, virou a cadeira para a janela, enrolou-se numa manta, meteu a água a ferver e deixou o dia frio e cinzento fazer o resto!
Não é conformista, não tem pena de si mesmo e não está irremediavelmente deprimido! Não sente prazer na dor e no sofrimento, não está preso à melancolia! Faz tudo o que está ao seu alcance para que o dia o empurre tão para baixo quanto possível. Não luta, deixa-se escorregar pelas imagens projectadas para dentro de si.
Não está irremediavelmente deprimido...quer bater no fundo, chorar até secar...porque amanhã já não vai ser assim!
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
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