quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A neve...

A neve precipitou-se para o cume daquela montanha sorrateira e suavemente. Quando olhei a paisagem já o branco se tinha apoderado das outras cores. Gelou! A vida que ali se sentia pairava no tempo, como quem, hirto e imóvel, vê os barcos passarem!

Eu olhava para aquele manto pesado, que num breve desvio do meu olhar e da minha atenção se tinha depositado, e na minha cabeça, ensurdecendo a minha mente, a minha voz não se calava. Farta de ouvir as mesmas lengalengas que desde há muito, já nem me lembro desde quando, conto a mim mesma, virei costas àquela vida estagnada e deixei que deste outro lado, para onde agora olhava, a vida fosse suficiente para apagar o que atrás de mim, hirto e imóvel, se levantava.

Suficiente nunca foi, pelo menos para quem me visitou! O que à minha frente se oferecia não chegava, era pouco.

E mentia a mim mesma, aquela voz que não se calava repetia que eu queria isso...pouco ou nada!